sábado, 13 de setembro de 2014
CHOQUE DE PAVOR
Nunca na história dos últimos vinte anos nesse país o PT esteve tão apavorado quanto nessa maratona eleitoreira que pode dar um fim melancólico ao plano de poder que os donos do partido colocam acima, muito acima, de um programa de governo.
E todo mundo sabe que picada de cobra se combate com veneno de cobra. O pavor que o PT sente hoje pelo fenômeno Marina Silva levou o PT a combater a razão do seu medo com um choque de pavor, uma velha estratégia militaresca que usa a força avassaladora para triturar seus adversários.
O choque de pavor foi urdido numa casamata em que Dilma, Franklin Martins, João Santana, Aloízio Mercadante seguiam o comando de Lula da Silva, o presidente de honra da facção partidária que está gostando de estar no poder há 12 anos. E quer mais, bem mais; custe o que custar; duela a quien duela - como diria uns de seus colloridos inspiradores.
E o choque de pavor foi deflagrado.
Marina Silva que, de Lula só tem o Silva por homografia, é o alvo fixo do desesperado PT que faz do caminho até à rampa do Palácio do Planalto um campo de batalha, usando todas as armas e manobras brutais e espetaculares para destruir a vontade de lutar da opositora de Dilma Coração Valente. Valente e destruidor.
Que se lute com todas as forças do bem; que se use todas as baterias e todo o poder de fogo dentro do respeito e da dignidade para com o opositor é o mínimo que se pode esperar na hora do bom combate. O que não se pode admitir é que o paiol de munições use armas de efeito mortal à ética e à moral: a injúria, a calúnia, a difamação.
A diferença entre o Silva de Lula e o Silva de Marina é que ela, na sua trajetória, tem sabido perder. E tem sabido recomeçar.
Não se tem notícia de que Marina tenha pisoteado alguém nessas longas jornadas. A diferença é que Marina consegue notar que não vale nada a vitória para aquele que não conquista outra coisa do que senão vencer por vencer.
A diferença de um Silva para outro Silva é que Marina não se deixa convencer por não vencer e nem se deixa derrotar por vitórias sem dignidade, sem honra.
O PT está atirando no próprio pé.