E então, no Dia dos Namorados, o Brasil padece de um estado policialesco nunca antes visto na história desse país. Batalhão de Choque da Polícia impediram nesta manhã o grupo de manifestantes concentrado na Rua Apucarana, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, via de acesso ao estádio do Itaquerão.
Os PMs, que formaram um cordão de isolamento no local, lançaram bombas de efeito imoral contra as mais de 300 pessoas para dispersar os manifestantes. Houve tumulto. Um jovem, tão espevitado quanto os policiais, foi detido.
Vários manifestantes, inclusive os lamentáveis black-blocs - na sua mercenária missão de acender o estopim que incendeia a repressão policialesca - se dispersaram pelas ruas do bairro. Boa parte do grupo se juntou ao protesto dos metroviários, na sede do sindicato da categoria, na Rua Serra de Japi, próxima à Apucarana.
A PM, com o maior dos bons modos, com jeitinho assim de que está protegendo a sociedade, já avisou aos sindicalistas e manifestantes que a ocupação da Radial Leste não será permitida.
O "Grande Ato 12 de Junho Não Vai ter Copa" foi organizado por seis coletivos e começou às 10 horas, em frente à estação Carrão da linha 3-Vermelha do metrô, na Zona Leste de São Paulo. Os manifestantes pretendiam traçar um percurso de onze quilômetros, até chegar ao Itaquerão, palco da abertura do Mundial.
Além de São Paulo, a raiva contra os desmandos dessa Copa se espalha por pelo menos outras sete cidades-sede da Copa do Mund. Há protestos agendados nesta quinta-feira em Recife, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Rio de Janeiro. Mas, dona Dilma Vana já decretou: "não vai ter baderna na Copa". Pelo visto, nem liberdade.
E assim é que, tal qual a crônica de uma morte anunciada, o direito de ir e vir é cerceado pelo traço, pelo risco da linha imaginária da liberdade vista pelo governo Dilma como ele vê e quer que seja a liberdade. A força bruta é que determina a linha, o limite, a fronteira entre o cidadão e o governo; entre a democracia e o poder.