quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

EU CONFESSO

Ah, me despedi bem do ano passado; bebi pouco e comi demais. Não comi lentilha e fingi que tomei champanhe, não gosto de borbulhas nem de sorver estrelas.

A diferença entre nós é que eu estou confessando o exagero da mesa. Eu estou confessando. Gosto de comidinhas agridoces. Comi demais, pronto, eu confesso.

Quanto a você, eu até pagaria pra ver sua confissão. Mas, você que comeu muito e bebeu muito mais, não se anima a ser um delator premiado. Nem que a vaca tussa!

Tem medo de despertar para 2015 sentindo-se assim, como eu me sinto agora dando esse primeiro passo dentro de mais um novo ano: um gordo saturado.

MEGA-SENA

Dos quatro acertadores da Mega-Sena que pagou mais de 260 milhões de reais, coisa de 60 milhõezinhos de nada para cada felizardo, um é de Brasília.

Com o mínimo de percepção que seu pileque lhe deixou para usar neste limiar de 2015, você atinará que eu não sou esse antipático agraciado pela fortuna.

Fosse eu o tal rabudaço, não estaria aqui e agora editando esse texto. Não seria por soberba ou sovinice... Decerto, meu pé-quente estaria fazendo companhia ao meu outro pé que o governo já botou na cova. Meu coração não aguenta tamanha emoção.

Ah, foi bom não acertar na Mega-Sena. E, sim... As uvas estão verdes; não prestam. Vida que segue. E meu voto de pobreza, também.

ELA E O RESTO
A notícia é: Dilma enfia a faixa na Dilma. Dilma é o Vasco. O resto é o resto.

O PÚBLICO NA POSSE

De ontem para hoje os requififes popularescos da segunda coroação consecutiva de Dilma Vana perderam mais de 15 mil espectadores.

Os contadores de gente, porta-vozes do cerimonial palaciano, previam ontem mais de 40 mil pessoas à beira dos gradeados que separam a elite festejante e a claque de convidados oficiais da massa ignara.

Hoje, a estimativa é de cerca de 20 mil usuários do programa Bolsa-Família, uns mil candidatos a uma unidade do Minha Casa, Minha Vida, coisa de 3 mil cabos-eleitorais com direito a transporte gratuito e mil turistas incidentais.


Há controvérsias. Mas, como se vê, nem mesmo na contagem do público, o governo consegue “fechar as contas”. Os mesmos arautos adiantam: “na posse não haverá baderna”.