BRASIL 4X0 TURQUIA

Tenho que dar a mão à palmatória: o estilo Dunga me agrada pela ousadia. Nenhum outro treinador no mundo teria coragem de convocar tanto jogador desconhecido no seu próprio país para defender o futebol da sua pátria lá fora, pelas beiradas da península da Anatólia.

De minha parte, eu confesso, jamais assisti a um jogo amistoso vespertino da seleção, com tanta vontade de ver um clássico noturno como São Paulo x Internacional pelo Brasileirão.

Mas a bola rola. Aos precisos 20 minutos, Neymar, o primus inter pares do time da CBF, matou no peito e, diante de um turco estático, tocou de peitinho de pé para as redes como se quisesse ocupar toda a região da Trácia, a popular Rumélia.

Dois minutinhos depois, o zagueirão da Turquia fez um golaço contra. Foi só para tirar o brilho de Neymar, único craque conhecido do selecionado de Dunga. Foi um gol bonitaço, de trivela aérea. Quase uma pedalada de bicicleta pra frente. Tá o gol deles pra nós foi uma bicicletada. E, em assim sendo, está 2 x 0 para o escrete dungalelê.

Aos 40 minutos do primeiro tempo descobri porque estou até torcendo para a equipe do Dunga: a camiseta da Turquia é vermelha e tem uma estrela no peito. Isso me dá a angustiante iumpressão de que o Lula pode entrar em campo a qualquer momento. E se ele entrar, já viu: ele rouba o espetáculo.

Aos 44, Neymar fez fila e serviu Willian. De chapinha ele fez o terceiro gol. Pronto, 3 x 0. O Dunga já não precisa mais ser simpático nas entrevistas com a imprensa. E acabou-se o que era doce. Todo mundo para o vestiário. E aí é que mora o perigo.

Daqui a pouco tem mais...
Já é daqui a pouco.

SEGUNDO TEMPO

Recomeça o amistoso por rapadura com a Turquia. A meninada escutou atentamente as instruções do Dunga lá no vestiário. Tinha um segurança de narguilé no caminho do gramado até o vestiário. Um bolaço.

Tá, começou o segundo tempo. Acho que o Dunga está levando muito a sério esse amistoso. Apelou para a velha verdade no futebol: "Em time que está ganhando, não se mexe". Ou será que mexeu. Sei lá, não conheço quase ninguém nesse time.

Aos 15 minutos, Neymar entrou à moda treino pela esquerda da área turca. Tcou no cantinho oposto e fez 4 x 0. Esse é o cara que eu conheço nesse conjunto de estrangeiros nacionais. E assim mesmo estava quase irreconhecível.

Neymar voltou a esculhambar o penteado. Fez um corte esquisito. Parecia o Menino Maluquinho. Quase não o reconheci no meio de tanta figurinha diferente.

Aos 27, você não vai acreditar, entrou um jogador no lugar de Luiz Adriano - mistura de Adriano Imperador com Luiz Fabiano, o Fabuloso. O nome dele, você não vai acreditar, é Firmino. Firmino, pô! E pra não ficar por isso mesmo, entrou o Douglas Costa no lugar de Willian.

Ah sim, o Oscar saiu. Mas nem sei quem foi que entrou no lugar dele. Não tinha a menor necessidade. Já sei, já sei, entrou o Phillip Coutinho. Nem precisava.

Aos 40, um susto. Anunciaram que sairia Luiz Gustavo - que eu nem vi entrar - para Fred entrar em campo. Não era o Fred aquele dos Flintstones...

E assim é que assim ficou. Time Amigos do Neymar 4 x 0 Turquia.