SCOLARIANOS 1 X 7 ALEMANHA
Quem trouxe essa Copa da Fifa para o Brasil? Ah, bom. E vocês esperavam o quê do Rei da Urucubaca?!?
E então a Pátria pendurou as chuteiras. Eu não esperava tanto, mas foi tudo que o Brasil brasileiro mais precisava. Nunca antes na história desse país, o Hino Nacional foi entoado por um coral tão grande tão rico. E nenhum jogador brasileiro chorou.
O que a psicologia esportiva foi capaz de fazer com o futebol brasileiro! Não, nem se diga isso. O futebol brasileiro é o reflexo do que o Brasileirão, apelido do campeonato nacional, vem mostrando o tempo todo com seus jogadores enganadores, seus treinadores papudos, seus cartolas gordos e ricos e sua crônica esportiva amestrada e pra lá de bem remunerada.
Dia 8 de julho de 2014, é agora a data em que caiu a ficha do torcedores loiros de olhos azuis, habitantes de todos os estádios construídos fora de hora com o dinheiro dos brasileiros que não têm bala na agulha para entrar nas arenas e nem sequer nas Fifa Fan Fest, símbolo Boko Moko dessa Copa das Copas.
Foi preciso acontecer o maior massacre da História do Brasil, País do Futebol, para acordar a nação anestesiada e já massacrada pelo mundo das falsas necessidades, a publicidade.
Escutou a vaia, Dilma Vana? Foi só o ensaio-geral para o dia 13, no Maracanovo - palco iluminado dessa aventura desvairada que foi trazer para cá uma Copa fora de hora e no lugar de escolas, hospitais, presídios e serviços essenciais que estão faltando. Nem essa obra, o governo foi capaz de finalizar dignamente.
Mas, enfim, está dando tudo certo. O Brasil Maravilha, o Brasil do Milagre Brasileiro tomou a traulitada que vem merecendo há muito tempo. Essa goleada de 7 a 1 para a Alemanha mostrou que Deus ainda é brasileiro.
O governo e a torcida rica agora estão sabendo que cantar o Hino Nacional não ganha jogo. Nem muito menos adianta cruzar os dedos nos altos de um camarote blindado, quando se sabe que há um pé-frio por trás de toda essa Fifa Fan/farronada Fest. Os torcedores que tinham café no bule para pagar o que pagaram pela internet ou para a máfia dos ingressos, já sabem agora que há coisas que nem mesmo os mais ricos, criativos e requintados planos de mídia, publicidade enganosa e marketing de guerrilha podem mudar.
Podem enganar a alguns por algum tempo, a muitos por muito tempo, mas não conseguem enganar a todos o tempo todo. Isso já estava na bíblia de Abraham Lincoln, só o governo e o povo embasbacado não sabiam disso.
Sobra disso aí tudo o fato concreto e insofismável: Neymar é um predestinado. Machucou-se por premonição. Não tem nada a ver com a tragédia diante da Alemanha que não usou tanques, forças armadas, fuzis nem metralhadoras para calar a nossa boca, os nossos apupos e xingamentos. Apenas jogou a bola que há muito tempo nós já não sabemos jogar.
E nem se trata de queimar ninguém, mas quem nasceu para Davi Luiz não vai chegar nunca a ser um Hideraldo Luiz Belini, o Capitão de 58.
A expectativa agora é que as redes de rádio e TV ofereçam um alívio à população brasileira, tirando do ar os jingles e comerciais abestadores e alienantes que cantam refrões como "vamos mostrar quem é que manda aqui", ou usando crianças quase engatinhantes pedindo "joga pra mim, Brasil".
Vai sair do ar, precisa sair, esse turbilhão de publicidade enganosa que mostra a versão ufanista e hipócrita do novo Milagre Brasileiro.
Essa bordoada de 7 a 1 diante da Alemanha nos remete à disputa pelo terceiro lugar na Fifa Fest. Vai ser em Brasília, no Maná Garrincha, o mais caro estádio do mundo. Espero que seja contra a Argh!entina que tem Messi, já que nós não temos Neymar.
Mal posso esperar pela cerimônia de encerramento dessa Copa da Fifa que Lula e seus associados de olho grosso trouxeram fora de época para o nosso país.
Quero ver Dilma Vana, em nome do governo dessa República, impávida e garbosa entregar a taça ao campeão. Não vai ter baderna. Vai ter vaia. Vai ter vaia, sim senhora.
Vai ter vaia e nem precisa ter rima. E, porque vai ter vaia, já é bom que se avise: não se tem notícia até agora de que exista no mundo uma mordaça capaz de calar um Maracanã. A menos que as equipes de defesa do governo apelem de novo para o pontapé.